Fala-me de Amor

Falais baixo se falais de amor - by Shakespeare

segunda-feira, maio 30, 2005

Poder rir, rir, rir despejadamente,
Rir como um copo entornado,
Absolutamente doido só por sentir,
Absolutamente roto por me roçar contra as coisas,
Ferido na boca por morder coisas,
Com as unhas em sangue por me agarrar a coisas,
E depois dêem-me a cela que quiserem que eu me lembrarei da vida.

Sentir tudo de todas as maneiras,
Ter todas as opiniões,
Ser sincero contradizendo-se a cada minuto,
Desagradar a si próprio pela plena liberalidade de espírito,
E amar as coisas como Deus

Passagem das Horas - A Campos



"O amor é uma companhia.
Já não sei andar só pelos caminhos,
Porque já não posso andar só.
Um pensamento visível faz-me andar mais depressa
E ver menos, e ao mesmo tempo gostar bem de ir vendo tudo...

...Toda a realidade olha para mim como um girassol ..."

" a realidade é que nao te amo com os meus olhos q descobrem em ti mil falhas, mas com meu coraçao, que ama o q eles desprezam, e apesar do que vê, adora se apaixonar"

Pessoa

A falência do prazer e do amor
XXI
(Fernando Pessoa)

"Amo como amor ama
Não sei razão pra amar-te mais que amar-te
Que queres que te diga mais que te amo,
Se o que quero dizer-te é que te amo?..."



quarta-feira, maio 25, 2005

Como a floresta secular

Como a floresta secular, sombria,
Virgem do passo humano e do machado,
Onde apenas, horrendo, ecoa o brado
Do tigre, e cuja agreste ramaria

Não atravessa nunca a luz do dia,
Assim também, da luz do amor privado,
Tinhas o coração ermo e fechado,
Como a floresta secular, sombria...

Hoje, entre os ramos, a canção sonora
Soltam festivamente os passarinhos.
Tinge o cimo das árvores a aurora...

Palpitam flores, estremecem ninhos, . .
E o sol do amor, que não entrava outrora,
Entra dourando a areia dos caminhos.



Olavo Bilac

Busque Amor novas artes, novo engenho..

para matar-me, e novas esquivanças;
que não pode tirar-me as esperanças,
que mal me tirará o que eu não tenho.
Olhai de que esperanças me mantenho!
Vede que perigosas seguranças!
Que não temo contrastes nem mudanças,
andando em bravo mar, perdido o lenho.

Mas, conquanto não pode haver desgosto
onde esperança falta, lá me esconde
Amor um mal, que mata e não se vê.

Que dias há que n'alma me tem posto
um não sei quê, que nasce não sei onde,
vem não sei como, e dói não sei porquê.

Camões

Ode (à Sua Lira)

De Átridas os feitos,
De Cádmo os louvores,
Tentei celebrar.

E a Lira rebelde,
Só cantos de amores,
Me quis entoar.

Impus-lhe outras cordas,
Trabalho perdido,
A Lira troquei.

Aos feitos de Alcides,
À nova convido,
E amor lhe escutei.

Adeus grandes homens,
Buscai n'outra Lira
O vosso Louvor.

A minha não sabe,
Não pode, suspira,
Só Cantos de Amor.

Anacreonte

terça-feira, maio 24, 2005

Chama e Fumo

Amor - chama, e, depois, fumaça...
Medita no que vais fazer:
O fumo vem, a chama passa...

Gozo cruel, ventura escassa,
Dono do meu e do teu ser,
Amor - chama, e, depois, fumaça...

Tanto ele queima! e, por desgraça,
Queimado o que melhor houver,
O fumo vem, a chama passa...

Paixão puríssima ou devassa,
Triste ou feliz, pena ou prazer,
Amor - chama, e, depois, fumaça...

A cada par que a aurora enlaça,
Como é pungente o entardecer!
O fumo vem, a chama passa...

Antes, todo ele é gosto e graça.
Amor, fogueira linda a arder
Amor - chama, e, depois, fumaça...

Porquanto, mal se satisfaça,
(Como te poderei dizer?...)
O fumo vem, a chama passa...

A chama queima... O fumo embaça.
Tão triste que é! Mas... tem de ser...
Amor?... - chama, e, depois, fumaça:
O fumo vem, a chama passa...

Teresópolis, 1911.
Manuel Bandeira

Carta

Meu caro poeta,

Por um lado foi bom que me tivesses pedido resposta urgente, senão eu jamais escreveria sobre o assunto desta, pois não possuo o dom discursivo e expositivo, vindo daí a dificuldade que sempre tive de escrever em prosa. A prosa não tem margens, nunca se sabe quando, como e onde parar. O poema, não; descreve uma parábola tracada pelo próprio impulso (ritmo); é que nem um grito. Todo poema é, para mim, uma interjeição ampliada; algo de instintivo, carregado de emoção. Com isso não quero dizer que o poema seja uma descarga emotiva, como o fariam os românticos. Deve, sim, trazer uma carga emocional, uma espécie de radioatividade, cuja duração só o tempo dirá. Por isso há versos de Camões que nos abalam tanto até hoje e há versos de hoje que os pósteros lerão com aquela cara com que lemos os de Filinto Elísio. Aliás, a posteridade é muito comprida: me dá sono. Escrever com o olho na posteridade é tão absurdo como escreveres para os súditos de Ramsés II, ou para o próprio Ramsés, se fores palaciano. Quanto a escrever para os contemporâneos, está muito bem, mas como é que vais saber quem são os teus contemporâneos? A única contemporaneidade que existe é a da contingência política e social, porque estamos mergulhados nela, mas isto compete melhor aos discursivos e expositivos , aos oradores e catedráticos. Que sobra então para a poesia? - perguntarás. E eu te respondo que sobras tu. Achas pouco? Não me refiro à tua pessoa, refiro-me ao teu eu, que transcende os teus limites pessoais, mergulhando no humano. O Profeta diz a todos: "eu vos trago a verdade", enquanto o poeta, mais humildemente, se limita a dizer a cada um: "eu te trago a minha verdade." E o poeta, quanto mais individual, mais universal, pois cada homem, qualquer que seja o condicionamento do meio e e da época, só vem a compreender e amar o que é essencialmente humano. Embora, eu que o diga, seja tão difícil ser assim autêntico. Às vezes assalta-me o terror de que todos os meus poemas sejam apócrifos!

Meu poeta, se estas linhas estão te aborrecendo é porque és poeta mesmo. Modéstia à parte, as disgressões sobre poesia sempre me causaram tédio e perplexidade. A culpa é tua, que me pediste conselho e me colocas na insustentável situação em que me vejo quando essas meninas dos colégios vêm (por inocência ou maldade dos professores) fazer pesquisas com perguntas assim: "O que é poesia? Por que se tornou poeta? Como escrevem os seus poemas?" A poesia é dessas coisas que a gente faz mas não diz.

A poesia é um fato consumado, não se discute; perguntas-me, no entanto, que orientação de trabalho seguir e que poetas deves ler. Eu tinha vontade de ser um grande poeta para te dizer como é que eles fazem. Só te posso dizer o que eu faço. Não sei como vem um poema. Às vezes uma palavra, uma frase ouvida, uma repentina imagem que me ocorre em qualquer parte, nas ocasiões mais insólitas. A esta imagem respondem outras. Por vezes uma rima até ajuda, com o inesperado da sua associação. (Em vez de associações de idéias, associações de imagem; creio ter sido esta a verdadeira conquista da poesia moderna.) Não lhes oponho trancas nem barreiras. Vai tudo para o papel. Guardo o papel, até que um dia o releio, já esquecido de tudo (a falta de memória é uma bênção nestes casos). Vem logo o trabalho de corte, pois noto logo o que estava demais ou o que era falso. Coisas que pareciam tão bonitinhas, mas que eram puro enfeite, coisas que eram puro desenvolvimento lógico (um poema não é um teorema) tudo isso eu deito abaixo, até ficar o essencial, isto é, o poema. Um poema tanto mais belo é quanto mais parecido for com o cavalo. Por não ter nada de mais nem nada de menos é que o cavalo é o mais belo ser da Criação.

Como vês, para isso é preciso uma luta constante. A minha está durando a vida inteira. O desfecho é sempre incerto. Sinto-me capaz de fazer um poema tão bom ou tão ruinzinho como aos 17 anos. Há na Bíblia uma passagem que não sei que sentido lhe darão os teólogos; é quando Jacob entra em luta com um anjo e lhe diz: "Eu não te largarei até que me abençoes". Pois bem, haverá coisa melhor para indicar a luta do poeta com o poema? Não me perguntes, porém, a técninca dessa luta sagrada ou sacrílega. Cada poeta tem de descobrir, lutando, os seus próprios recursos. Só te digo que deves desconfiar dos truques da moda, que, quando muito, podem enganar o público e trazer-te uma efêmera popularidade.

Em todo caso, bem sabes que existe a métrica. Eu tive a vantagem de nascer numa época em que só se podia poetar dentro dos moldes clássicos. Era preciso ajustar as palavras naqueles moldes, obedecer àquelas rimas. Uma bela ginástica, meu poeta, que muitos de hoje acham ingenuamente desnecessária. Mas, da mesma forma que a gente primeiro aprendia nos cadernos de caligrafia para depois, com o tempo, adquirir uma letra própria, espelho grafológico da sua individualidade, eu na verdade te digo que só tem capacidade e moral para criar um ritmo livre quem for capaz de escrever um soneto clássico. Verás com o tempo que cada poema, aliás, impõe sua forma; uns, as canções, já vêm dançando, com as rimas de mãos dadas, outros, os dionisíacos (ou histriônicos, como queiras) até parecem aqualoucos. E um conselho, afinal: não cortes demais (um poema não é um esquema); eu próprio que tanto te recomendei a contenção, às vezes me distendo, me largo num poema que vai lá seguindo com os detritos, como um rio de enchente, e que me faz bem, porque o espreguiçamento é também uma ginástica. Desculpa se tudo isso é uma coisa óbvia; mas para muitos, que tu conheces, ainda não é; mostra-lhes, pois, estas linhas.

Agora, que poetas deves ler? Simplesmente os poetas de que gostares e eles assim te ajudarão a compreender-te, em vez de tu a eles. São os únicos que te convêm, pois cada um só gosta de quem se parece consigo. Já escrevi, e repito: o que chamam de influência poética é apenas confluência. Já li poetas de renome universal e, mais grave ainda, de renome nacional, e que no entanto me deixaram indiferente. De quem a culpa? De ninguém. É que não eram da minha família.

Enfim, meu poeta, trabalhe, trabalhe em seus versos e em você mesmo e apareça-me daqui a vinte anos. Combinado?

Mario Quintana

segunda-feira, maio 23, 2005

Papoulas

tudo em mim trafega
os trilhos do infinito
por isso o olhar
a b s t r a t o
sustentáculo deste
corpo que anda sem
mais os passos
e voa sem mais
que os b r a ç o s

poema de Lau Siqueira

sexta-feira, maio 20, 2005

Uma coisa especial ocorre com a mulher depois que ama. Reparem, estou

dizendo: Depois que ama.



Não estou me referindo a ela enquanto está no ato do amor. Disto se pode falar
também, e a literatura a partir do romantismo e depois o cinema, modernamente,
já tentaram de várias formas simular na relação amorosa como a mulher suspira,
se contorce, desliza as mãos e entreabre a boca do corpo e da alma.



Mas, quando digo "depois que ama", refiro-me ao estado de graça que a envolve
após o gozo ou gozos, e que perdura horas e horas e às vezes dias.



Fica macia que nem gata aos pés do dono. Mais que gata, uma pantera doce e
íntima. Sua alma fica lisinha, sem qualquer ruga. A vida não transcorre mais a
contrapelo. Desliza. Ela tem vontade de conversar com as flores, com os
pássaros, com o vento. Sobretudo, descobre outro ritmo em sua carne. É tempo do
adágio, de calma e fruição. Neste período, aliás, o tempo pára...



**** Enviado por Humberto O. Neto

quinta-feira, maio 19, 2005

Às vezes, em dias de luz perfeita e exacta,
Em que as coisas têm toda a realidade que podem ter,
Pergunto a mim próprio devagar
Porque sequer atribuo eu
Beleza às coisas.

Uma flor acaso tem beleza?
Tem beleza acaso um fruto?
Não: têm cor e forma
E existência apenas.
A beleza é o nome de qualquer coisa que não existe
Que eu dou às coisas em troca do agrado que me dão.
Não significa nada.
Então porque digo eu das coisas: são belas?

Sim, mesmo a mim, que vivo só de viver,
Invisíveis, vêm ter comigo as mentiras dos homens
Perante as coisas,
Perante as coisas que simplesmente existem.

Que difícil ser próprio e não ser senão o visível!





Alberto Caeiro

quarta-feira, maio 18, 2005

A quimica do amor

Esqueça a velha máxima que diz que os opostos se atraem. O conceito, afirmam cientistas, só vale para a física e não passa de mito em matéria de relacionamentos. Para os biólogos Peter Buston e Stephen Emlen, da Universidade Cornell, em Nova York, a escolha de um parceiro é baseada na preferência por pessoas que se assemelham a nós mesmos. "Quem busca um companheiro com valores parecidos com os seus acaba enfrentando menos conflitos no relacionamento. Por isso, tem mais chances de estabelecer laços duradouros e criar filhos com sucesso", explica Emlen.

O estudo contradiz algumas das noções que temos sobre as diferentes estratégias de acasalamento praticadas por machos e fêmeas, derivadas da teoria do naturalista inglês Charles Darwin (1809-1882) e defendidas, hoje, pela psicologia evolutiva. Derruba, por exemplo, uma de suas mais conhecidas premissas, segundo a qual os homens estariam em busca da beleza delicada de uma boa parideira e as mulheres, à procura de um par saudável e forte, de modo a dar continuidade à espécie. Hoje, a ciência já interpreta a formação de casais à luz dos elementos culturais e começa a abrir espaço para contestações.

Afinal, existe a fórmula do amor?

Os especialistas afirmam que não. Diversos trabalhos científicos atiçam o debate, colocando até mesmo o acaso como um fator relevante para a seleção sexual

sexta-feira, maio 13, 2005

Uma canção

O verão chegou trazendo a voz
da paixão que escorre mel do sol
e incendeia o nosso coração
menino
brincando na areia
que a paixão saiba cuidar de nós
passageiros como a luz do sol
que incendeia o nosso coração
menino
brincando na areia
madrepérola de cores vãs
no vitral insone das manhãs
que eu vi passar enquanto o sol
menino
brincava na areia
Que o verão saiba cuidar de nós
que você beba do mel do sol
e que a sombra que o verão trará
possa descansar seu corpo
menino
brincando na areia

Mel do Sol Oswaldo Montenegro

terça-feira, maio 03, 2005

Desenhar é fazer amor com o mundo por meio dos olhos. Leonardo da Vinci

Carícias são necessárias à vida dos sentimentos, como as folhas para as árvores. Sem elas, o amor morre pela raiz. Nataniel Hawthorne.



O silêncio é a casta floração do amor. Heinrich Heine.



Amor e rubor não se consegue ocultar. Thomas Holcroft





Há no amor o dom da certeza. Iris Murdoch.



Amor é um sentimento absurdo e magnífico, entre o mal profundo e o bem supremo. Denis de Rougemont.



Quando o amor vos fizer sinal, segui-o: ainda que os seus caminhos sejam duros e escarpados. E quando as suas asas vos envolverem, entregai-vos: ainda que a espada escondida na sua plumagem vos possa ferir. Gibran Kahlil Gibran.



A vida é um sorriso. O amor, uma raio fecundo. Gabriel d'Annunzio.







Amamos sem razão, esquecemos sem motivos. Alphonse Karr.







A única anormalidade é a incapacidade de amar. A. Nin.





"Entre as pequenas coisas que não fazemos e as grandes que não podemos fazer, o perigo está em não tentarmos nenhuma!"Confúcio



Pra quê? Beijar no rosto se a boca é mais gostosa...





Entender com os olhos é atributo da fina sutileza do amor.



Um está enamorado quando se dá conta de que a outra pessoa é única.Jorge Luis Borges.



"Paixão é uma infinidade de ilusões que serve de analgésico para a alma. As paixões são como ventanias que enfurnam as velas dos navios, fazendo-os navegar; outras vezes podem fazê-los naufragar, mas se não fossem elas, não haveriam viagens nem aventuras nem novas descobertas." Voltaire



"Enamorar-se é redescobrir a si mesmo."






“A ausência diminui as pequenas paixões e aumenta as grandes, da mesma forma como o vento apaga as velas e atiça as fogueiras.” François de La Rochefoucault



“ Todas as paixões exageram. É por isso que elas são paixões. ”Sébastien Chamfort


O coração nunca é neutro. Shaftsbury


Um coração nobre não pode suspeitar que haja nos outros a baixeza e a malignidade que não existe nele. Jean Racine.



A verdadeira afeição na longa ausência se prova. Luís Vaz de Camões.


Quando alguém está apaixonado, começa por enganar-se e acaba por enganar os outros. É o que o mundo chama de romance. Oscar Wilde.



O amor nada dá senão de si próprio e nada recebe senão de si próprio. O amor não possui e não se deixa possuir, pois o amor basta-se a si mesmo. Gibran Kahlil Gibran.




Nunca chores por um amor perdido, pois se ele estava perdido é porque ele nunca foi seu.


"Há momentos na vida em que se deveria calar e deixar que no silêncio falasse o coração. Pois o sentimento que a linguagem não expressa é porque há emoções que as palavras não sabem traduzir."


Começa-se a escrever cartas de amor sem saber o que se vai dizer, e termina-se sem saber o que se escreveu. Dale Carnegie.

Frases

O amor acrescenta uma preciosa visão aos olhos. William Shakespeare.


Como é pouco amar muito! Amamos. Nem mais, nem menos. Guy de Maupassant.



Quando o silêncio fala pelo amor, tem muito a dizer. Richard Garnett.


Amar e ser amado é sentir o sol dos dois lados. David Viscott.


Amar é nos ultrapassar. Oscar Wilde.





O amor não é condição para a felicidade e sim a própria felcidade. Monteiro Lobato.


Não há remédio contra o amor, exceto amar mais. Henry David Thoreau.




Amar é ver-se como o outro nos vê. Maria Zambrano.


Em uma relação amorosa, nenhum dos sois deve sentir que, para torná-la viável, abre mão de parte essencial de si. May Sarton.


Amar profundamente em uma direção nos torna mais amorosos em todas as outras outras. Ana Sofia Soymonoff de Swetchine.




Não há como a paixão do amor para fazer original o que é comum e novo o que morre de velho. Machado de Assis.


Amor platönico é a arma que você não imaginava estar carregada. Henry L. Mencken.


O amor é um rio no qual as águas de dois ribeiros se misturam sem se confundir. Jacques de Bourbon-Busset.





Um coração leve vive muito. William Shakespeare.


Amar o que você faz e sentir que tem importância - pode haver coisa mais gostosa?Katarine Graham.




O primeiro beijo dá-se com os olhos. O.K.Bernhardt.


Amar é humano, mas deve-se amar humanamente. Johann W. von Goethe.


Quando o coração está pleno, não correm as palavras. Rabindranath Tagore.



Tudo é belo naquilo que amamos. Tudo o que amamos tem espirito. Charles Perrault.




O amor, assim como a capacidade de amar, é o que distingue um ser humano do outro. Oscar Wilde.


A verdadeira serenidade não é ausência de paixão, mas paixão contida, ímpeto domado. Georges Duhamel.






O bom coraçao rompe a má sorte. Miguel de Cervantes.


A paixão destrói mais preconceitos do que a filosofia. Denis Diderot.


Amar é a única riqueza que aumenta com a prodigalidade. Quanto mais se dá, mais nos fica. Romain Gary.



Amabilidade nas palavras gera confiança; no pensar gera profundidade;no dar gera amor. Lao-tsé.



Quando colhi flores para minha amada do topo da ameixeira os galhos abaixo banharam-me de orvalho. Kakinomoto no Hitomaro.





A curiosidade é uma das armadilhas do amor. Gabriel Garcia Márquez.


Palavras de amor são aquelas que não se pode pronunciar. Chams-al-din haliz.




Para reconhecer o que é uma amizade, precisamos já ter sentido amor anteriormente.Nicolas-Sébastien Chamfort.






Mulheres, quando amam, põem no amor algo divino. Esse amor é como o sol, que anima a natureza. Plutarco

"...Tem dias que a gente se sente
Como quem partiu ou morreu
A gente estancou de repente
Ou foi o mundo então que cresceu
A gente quer ter voz ativa
No nosso destino mandar
Mas eis que chega a roda-viva
E carrega o destino pra lá...." (Chico)

mas

Se o mundo fosse perfeito, todo dia seria sábado, toda
festa seria carnaval e todo mundo seria biólogo. (risos)

Uma outra historinha muito bonitinha

Conta-se que há muito o Sol andava tristonho pela Terra.

Seus raios já não eram tão fortes como antes e por mais que o fizesse, sempre era encoberto por alguma nvem escura que percorria o céu num forte vendaval.

Os pássaros, as flores, os animais, todos se questionavam sobre o distanciamento do sol.

Numa manhã, que seria bem mais bonita se o Sol estivesse com seu explendor total, uma ave de vôo inigualável chamada Condor arriscou-se e quis tentar conversar com o astro rei.

O Sol, percebendo a dificuldade do Condor para se aproximar, tranquilizou-o dizendo: - Linda ave! Linda ave de vôo quase perfeito... Porque queres chegar a mim, se estou por toda parte deste planeta?

O Condor ouvindo a pergunta do Sol lhe respondeu, já exausto pelo vôo: - Gostaria uito de saber o que lhe deixa tristonho. O planeta está quase sem tua luz, os pássaros já não sabem mais para onde ir, as flores, principalmente o girassol, já não sabe mais se fica acordada ou se dorme; os animais já não sabem mais se ficam em suas tocas ou saem para caçar; as lavouras estão se perdendo... Tudo está tão confuso, que resolvi arriscar este vôo e lhe perguntar qual seria o problema.

O Sol percebendo a preocupação do Condor disse-lhe: - Não sabia que estava causando tantos transtornos! Confesso que me absorvi em meus pensamentos, que não me dei conta do que estava fazendo. Posso tentar solucionar isto tudo; prometo tentar.

O condor, percebendo a dúvida que ficou nas palavras do Sol, ainda insistiu na mesma pergunta: - Mas o que está ocorrendo, que lhe tirou a atenção do resto do mundo? Poderia lhe ajudar, se voce me dissesse o motivo.

O SoL ainda encoberto, disse-lhe: Voce já amou alguém Condor?

O Condor apoiou-se nas encostas da uma montanha, abaixou a sua cabeça sem olhart para o abismo e respondeu: - Si, já amei. Amei uma linda ave que não era um Condor. Amei e sonhei muito. E porque vc me pergunta isso, você que é o sol, que possui mais dotes do que eu, que possui o poder em suas mãos? Não é possível que não consegue conquistar o amor de sua amada! Qualquer dama se renderia a sua luminosidade, ao seu esplendor, ao seu magnetismo natural, ao seu calor...

E antes mesmo que o Condor continuasse, o Sol interrompeu-o dizendo: - Qualquer uma menos ela...

O Condor já intrigado de tanta curiosidade, então perguntou: - Quem Sol? Quem é a dama que lhe ofusca os olhos?

O Sol então olhou para o infinito e disse-lhe: - A Lua!

- A Lua amigo! Nesse instante o Condor, em respeito ao Sol, segurou seu sorriso e lhe disse: - Como voce se apaixonou por ela?

O Sol percebendo o espanto do Condor, lhe respondeu: - Aconteceu que nos encontramos por algumas vezes... em fração de segundos ... em alguns lugares, mas nos encontramos!

- Mas voce viu muito pouco esta bela criatura para ter se apaixonado por ela!

- Sim, muito pouco... muito pouco mesmo... Mas nessas poucas vezes, enxerguei dentro dos olhos dela, vi toda a beleza que ela trazia dentro de si, enxerguei seu coração ... Senti-o bem próximo a mim... Acreditei naquele olhar... Vi cumplicidade... Vi entrega... Vi amor...

O Condor observou que o Sol lhe falava, mas seus olhos ficavam fixos no infinito, como quem estava procurando talvez os olhos da Lua. Então disse-lhe: - Ora, ora amigo, tenho que pensar em uma maneira de lhe ajudar. E lhe ajudando, estarei ajudando todos que amam...

E o Condor saiu voando mais que rapidamente e em menos de 5 horas, quase à noitinha, apareceu junto à encosta de uma montanha, onde o sol já se reclinara para adormecer e disse-lhe: - Veja amigo, o que trouxe junto de mim! São vários amigos de hábitos noturnos e todos eles estão dispostos a lhe ajudar se voce continuar durante o dia no céu mais forte do que nunca. É esta uma condição imposta por eles.

O Sol, intrigado mas curioso pergunta: O que voces fariam?

Nesse instante uma coruja com a fisionomia sábia disse-lhe: - Levariamos à Lua seus recados, notícias... suas palavras... Tudo que precisar. Basta voce nos falar e pode ter certeza de que tudo será dito tim tim por tim tim...

O Sol nesse momento bramiu com grande satisfação ao dito pela coruja. Se agitou, brilhou como nunca, triplicou suas forças... E depois sorriu aliviado dizendo: - Então digam a ela uma coisinha muito importante, que nunca tive tempo para dizer...Digam a ela que a amo, que a amo mais que tudo, que estarei sempre esperando para nos encontrarmos, que serei guardião do dia e que ela será guardiã da noite e, trabalhando juntos, os dias e noites se passarão sem erros e nos veremos novamente... E quando nos encontrarmos novamente, a amarei mais e mais... Nem que demore meio século para este encontro, mas a amarei!

Os animais nesse instante se emocionaram com a clareza e transparencia do Sol.

A noite chegou... A primeira a levar o recado foi a coruja. Do alto de uma arvore, disse à Lua as palavras do Sol. E empregou toda emoção... descreveu tdo que sentiu quando o Sol estava falando o recado... Naquela noite, uma chuva muito branda caiu sobre a Terra. Cada gota de água da chuva representava emoções e sensibilidade da Lua. Eram lágrimas de amor, esperança, satisfação, confiança...

Agora a Lua sabia que não estava só e um dia, encontraria novmente o Sol... nem que demorasse séculos, o encontraria na imensidão do tempo...

E com alegria, esperança e principalmente amor, todos viveram felizes para sempre!