Fala-me de Amor

Falais baixo se falais de amor - by Shakespeare

sexta-feira, maio 20, 2005

Uma coisa especial ocorre com a mulher depois que ama. Reparem, estou

dizendo: Depois que ama.



Não estou me referindo a ela enquanto está no ato do amor. Disto se pode falar
também, e a literatura a partir do romantismo e depois o cinema, modernamente,
já tentaram de várias formas simular na relação amorosa como a mulher suspira,
se contorce, desliza as mãos e entreabre a boca do corpo e da alma.



Mas, quando digo "depois que ama", refiro-me ao estado de graça que a envolve
após o gozo ou gozos, e que perdura horas e horas e às vezes dias.



Fica macia que nem gata aos pés do dono. Mais que gata, uma pantera doce e
íntima. Sua alma fica lisinha, sem qualquer ruga. A vida não transcorre mais a
contrapelo. Desliza. Ela tem vontade de conversar com as flores, com os
pássaros, com o vento. Sobretudo, descobre outro ritmo em sua carne. É tempo do
adágio, de calma e fruição. Neste período, aliás, o tempo pára...



**** Enviado por Humberto O. Neto